quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

{Movie Time!} The Handmaiden

Já fazia um tempo que eu queria muito assistir The Handmaiden (Ah-ga-ssi, no original). Tudo porque, de acordo com a internet, era um filme que envolvia amor entre mulheres sem o cliché de sempre - o que, logicamente, me interessou bastante. O trailer também não deixou por menos, mostrando diversas cenas intensas e misteriosas cortadas pela metade. Hypada como nunca, parti para assistir ao filme. 

The Handmaiden (A Criada) é um filme coreano sobre uma jovem contratada para trabalhar como criada de uma rica herdeira que vive em isolamento numa mansão com seu tio e diversas empregadas. Inicialmente parecendo um conto apenas dramático, você logo descobre que a criada, Sookee, é na verdade uma ladra infiltrada que planeja dispensar sua ama, Hideko, e roubar sua fortuna.

No começo eu fiquei um pouco confusa sobre onde se passava o filme e qual era a origem dele. Isso porque The Handmaiden se passa nos anos 30, durante a ocupação japonesa na Coréia do Sul. Por conta disso, o idioma do filme é diversas vezes alternado entre o japonês e o coreano - o que achei extremamente interessante e lindo. A mudança entre as línguas sutilmente influencia diversas partes do filme, mostrando hábitos, aprendizado, níveis de respeito e afins. Vale muito a pena prestar atenção nesse detalhe ao assisti-lo. 

No geral, o filme foi completamente fascinante, desde a fotografia, que é divina - A casa onde Hideko mora com seu tio é metade em estilo oriental e metade em estilo ocidental, as roupas utilizadas pelas personagens são magníficas -, até a atuação das atrizes e atores, que é simplesmente maravilhosa. As alterações de Sookee entre ser a fiel criada de Hideko e a vigarista que planeja roubá-la, além das partes em que ela simpatiza com sua ama e começa a se perguntar se é realmente capaz de aplicar seu golpe, são simplesmente geniais. 

A proximidade e distância de Hideko (esquerda) e Sookee (direita)

Conforme o filme prossegue os personagens aos poucos se tornam cada vez mais do que aparentam, revelando camadas e camadas sobre si mesmos que seriam impensáveis no começo do longa. Algumas revelações me deixaram de boca aberta, enquanto outras acabam por ser simplesmente previsíveis, ainda que satisfatórias. O fato de Sookee ser uma ladra, por exemplo, que faz parte da sinopse e proposta de The Handmaiden, era algo que eu não sabia, e que me surpreendeu imensamente. 

Ainda sobre as surpresas do filme, muitas coisas que você acha que já sabia da história se revelam como apenas parte dela. Cortes em cenas que você não pensou muito sobre servem para revelar toda uma camada de enredo escondida, e pequenos buracos na narrativa são aos poucos preenchidos. Você se pega fascinado e curioso não só sobre o final do filme, mas sobre tudo que irá acontecer até aquele final. 


Enfim, mais uma vez, a internet estava correta: The Handmaiden é um filme que foge da tradição no que se diz respeito à relacionamento entre garotas, e também é muito mais que isso. É uma maravilhosa e bem escrita história de crime, amizade, amor e traição a qual você sente a necessidade de explorar até que tudo possa ser compreendido. Definitivamente é um filme que vale muito a pena de ser assistido. 

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