segunda-feira, 26 de novembro de 2018

{Yesterday's Book} Espada de Vidro

Ya-hello, queridos sangue-novos! Finalmente terminei de ler Espada de Vidro, segundo livro da série A Rainha Vermelha, de Victoria Aveyard. Não ia resenhá-lo, mas pensei "Bem, por que não?" e vim escrever. 

Espada de Vidro continua a história de Mare Barrow, uma garota de sangue vermelho que tem poderes "prateados". O livro começa imediatamente após o final de A Rainha Vermelha, com Mare no subterrâneo, escapando das garras do novo rei, Maven, junto de Cal - o príncipe exilado - e os outros membros da Guarda Escarlate (Incluindo seu irmão, que ela pensava estar morto, Shade). 

Depois de escaparem, Mare e Cal se veem diante de um dos comandantes da Guarda Escarlate, pai de Farley, que não se mostra feliz de ter um prateado no meio de sua revolução e nem confia em sangues-vermelho que tem poderes. Mare, que não tem tempo para toda essa idiotice, parte então em busca de outros "sangue-novos", esperando salvá-los das garras de Maven e ensiná-los a usarem melhor seus poderes.

Espada de Vidro mais uma vez mostra que a famosa frase da saga "Todo mundo pode trair todo mundo" é real, dessa vez, felizmente ou infelizmente, em menor intensidade. Ao longo do livro vemos algumas relações se fortalecerem enquanto outras se quebram, além de sermos introduzidos a diversos novos personagens. 

A história toda da busca dos sangue-novos faz o leitor ficar ansioso para descobrir quais serão os poderes deles, e como eles poderão ajudar com a revolução. O relacionamento de Mare e Cal continua a bagunça de sempre, e é difícil de saber se vale a pena confiar em alguém ou não meramente por causa da cor do sangue. No meio de tudo isso, nossa protagonista está perdida, sabendo que agora ela é o rosto de uma possível revolução, e que suas decisões são importantes não só para ela, mas para todas as pessoas do país. 

Todas essas coisas, que parecem interessantes à primeira vista, acabam sendo extremamente mal executadas, e acabam fazendo com que Espada de Vidro acabe sendo um livro muito inferior a A Rainha Vermelha, além de extremamente decepcionante, em vários sentidos, para a saga. 

A ansiedade pelos sangue-novos acaba caindo por terra cedo demais: Mare mal faz alarde por conta de seus poderes, e mal sabemos algo sobre quem eles são de verdade. Ter Mare como protagonista nesse livro acaba sendo extremamente decepcionante, pois ela está focada demais em seus sentimentos e próprios problemas para olhar além de seu próprio umbigo. Muitos sangue-novos morrem antes que possamos conhecê-los bem o suficiente, e acabamos com muitos novos personagens rasos e sem importância alguma - ainda que seus poderes sirvam para alguma coisa.

Isso era algo que eu já tinha sentido desde o primeiro livro, mas que acabou se intensificando muito nesse segundo. Em A Rainha Vermelha, o único personagem com que me importei com a morte foi Lucas Samos, um magnetron primo de Evangeline que morreu ao ser usado por Mare. Foi a única vez que senti que a dor dela fazia algum sentido. Em todos os outros casos, as mortes desse livro inclusas, não consegui sentir nada. 

Espada de Vidro foi parcialmente salvo por Cal - que fala merda às vezes, mas que está sempre fazendo seu melhor para proteger Mare. Uma das primeiras cenas do livro, em que ele aparece usando seu poder, chegou a me dar arrepios, e todas as outras cenas em que ele protege pessoas de fogo ou ataca com ele me fizeram admirá-lo cada vez mais. Ainda assim isso não fez o livro chegar nem perto de ser bom, infelizmente.

Maven, a outra possível opção amorosa de Mare no primeiro livro, mostrou não ser nada além de um psicopata abusivo, então qualquer carinho que eu previamente senti por ele acabou morrendo. Kilorn, por outro lado, não tem exatamente críticas que eu possa fazer, exceto que ele é o amigo de infância de Mare e que por isso não tem chance alguma com ela - Apesar de estar se mostrando ser um bom amigo e alguém com que eu talvez comece a me importar. 

Enfim, Espada de Vidro teve um bom começo, mas Aveyard pareceu dar atenção para coisas desnecessárias enquanto fazia outras - que deveriam ser importantes - se tornarem banais (Como os sangue-novos). Espero que ela faça eu morder minha língua no próximo livro, mas não tenho muitas esperanças no geral. Uma cena que gostei muito foi a que uma pessoa, considerada inimiga, acaba lutando para proteger Mare. É esse tipo de coisa que eu gostaria de ver no próximo livro. Uma Evangeline indo para o lado da Mare por exemplo, quem sabe. Espero que não seja tão improvável quando eu penso que é. 

Nota final (E eu fui generosa):

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