Karuta Competitivo V - Memorizando os poemas

Ya-hello~ Será que com esse post eu consigo ficar em dia com a minha jornada de karuta? Improvável, já que sempre tem muita coisa pra falar, mas a gente tenta, né...

A primeira coisa que fiz quando cheguei de volta ao Rio foi implorar por um jogo de karuta pro Bryan, que faz japonês comigo. Em São Paulo o Rafa-senpai tinha me ensinado a como varrer e tínhamos dado uma treinada, então eu queria tentar fazer isso em um jogo de verdade. 

Tatame e cartas de treino (♥)

Quando falo "Varrer" me refiro à varrer as cartas, empurrando-as para fora do campo. Essa técnica é importante quando se joga karuta porque 1) Você vai mais rápido do que simplesmente batendo na carta e 2) Você tira a sua mão no campo no processo de varrer, evitando que a sua mão e a do oponente se choquem (ou seja, previne acidentes).

Varrendo cartinha

Enfim, consegui varrer, mas como era (ainda sou) uma linda iniciante, eu acabava bagunçando todas as cartas. Resolvi, portanto, começar a treinar em casa - onde infelizmente não existem tatames, mas há um travesseiro que posso usar para não detonar meus joelhos. Um adendo ao treino foram as cartas "de adulto", ou seja as cartas que não são de treino, que você precisa conseguir associar a primeira metade do poema com a segunda metade do poema pra pegar. Eu já treinava com algumas poucas (Yura, Chiha, Mu, Akino, Amatsu, etc), mas nessa época decidi que seria legal começar a estudar mais cartas (O Rafa-senpai começou a me incentivar, então...).

Treinos no chão de casa

Resolvi gravar meus treinos e analisar minhas varridas (um dos meus grandes erros é que às vezes eu faço um movimento desnecessário que me faz demorar mais pra chegar na carta) e os vídeos acabaram sendo muito elucidantes (e legais, porque percebi que eu conseguia fazer uns takes bonitos aqui e ali). 

Risucchi e Ooe

Ao mesmo tempo, eu e a Risucchi, minha amiga incrível que sempre mostrou interesse em karuta, combinamos que eu fosse na casa dela pra poder ensinar um pouco de karuta competitivo. Jogamos uma partida  de chirashi (com as cem cartas) primeiro pra que ela se acostumasse com os sons e afins, e a primeira carta dela acabou sendo Ooe! Desde então eu estou louca pra que ela assista Chihayafuru e se apaixone pela Kana-chan. Fala sério, Ooe como primeira carta é maravilhoso demais (mas eu amo você também, Yae). 

Enfim, depois do chirashi e da Risucchi pegar Ooe, jogamos uma 1x1 com vinte cinco cartas pra cada lado (Nossa, eu sou meio exigente, né? No Meguriaikai minha primeira partida com 25 cartas pra cada lado foi só depois de eu já estar na associação há 2 meses...). Nisso, Ooe acabou estando em jogo, no campo da Risucchi. A partida prosseguiu normalmente, e, então, quando Ooe foi lida, a Risucchi conseguiu pegá-la! Foi muito legal. Argh, ela *precisa* assistir Chihayafuru e amar a Kana-chan.

Enfim. Logo depois disso eu fui pra São Paulo e tive oportunidade de ir duas vezes no Meguriaikai pra treinar (♥). Da última vez o Rafa-senpai tinha começado a questionar as cartas de adulto que eu sabia (Ele foi adorável e me ensinou Tachi, Momo, Ho e Fu durante o questionamento, por sinal) e me pedido pra tentar dar uma estudada, então, no encontro dessa vez, ele queria saber o que eu tinha aprendido.

Separei as cartas que eu sabia - 23 de 100 - e prosseguimos, então, para meu primeiro jogo com as cartas de adulto, as oficiais. Spoilers: Foi uma desgraça. Estávamos treinando o chamado "Modorite" - em tradução literal "A mão que volta" -, que é algo que você faz quando tem duas cartas parecidas em jogo. Exemplo: O meu oponente tem Chigiriki e eu tenho Chigirio. A ideia do modorite é que eu me mova pra atacar a carta do meu oponente e, caso seja a carta do meu campo que seja lida, eu volte. É tudo muito rápido e difícil de fazer, por isso demanda prática. Fazer isso com as cartas de adulto, em particular, foi simplesmente uma desgraça. 

Mas o modorite não foi nem a pior parte - e olha que eu tive que gravar Watanoharako, Watanoharaya, e Kimigatamewo na hora. O horror mesmo foi no jogo que a gente jogou depois. Só tinham 22 cartas em campo, 11 pra cada lado, mas ainda assim foi terrível. Eu devo ter cometido umas nove faltas. Aprendi Wabi e Ooke na hora também, e meu cérebro ficou uma bagunça. A primeira carta que peguei na partida foi Se (meu eterno amor) e a segunda foi Moro (fiquei chateada com esse take porque eu tava estressada tentando decorar o campo, aí quando peguei Moro eu praticamente taquei ela no meu cantinho de cartas pegas. Foi por ter tacado que eu percebi "ah, eu tô irritada". Fiquei com muita dó da cartinha). 

Minhas únicas felicidade nesse dia foi ter pego Se (deu aquele calor no coração quando consegui pegar) e ter conseguido varrer Chigiriki no Modorite. Mas, bem, foi legal poder jogar com as cartinhas oficiais também, é claro. Foi a primeira vez que percebi como elas voavam maravilhosamente (o que, mais tarde, acabaria me causando problemas). Depois desse encontro o senpai me pediu pra que, quando eu voltasse, tivesse memorizado 50 cartinhas...

Massssss a continuação vai ter que ficar pra outra hora, porque o post já está enorme (como sempre)! Consegui cobrir todo o mês de julho, então tá bom. Espero que tenham gostado dos relatos de karuta~ Não é incrível como as cartinhas são maravilhosas? Como que eu consigo lembrar de que cartas eu peguei em uma partida de mais de um mês atrás? Isso definitivamente se chama amor.