Karuta Competitivo IV - Karuta é assustador?

Ya-hello~ Como vocês talvez possam ter percebido, eu voltei a perder o hábito de escrever - É incrível essa merda. Um dia eu estou escrevendo, no outro eu percebo que estou há mais de um mês sem abrir o blog *sighs* -, mas, sinceramente, quem se importa? Pelo menos eu tô aqui hoje, né. Yup, pensamento positivo.

Enfim. A última vez que falei de karuta aqui no blog foi em JUNHO, então tenho várias coisas para atualizar vocês. Provavelmente o post vai ficar gigantesco e terei que dividi-lo em dois, como é de praxe, mas vamo que vamo.

Yura

Depois de muita diversão em Manaus ensinando karuta pros meus queridos amigos manauaras, retornei para o lar. A estadia, como sempre, durou pouco: Menos de uma semana depois de ter chegado eu já estava pegando ônibus pra São Paulo. Nessa época, meados de junho, eu ainda estava lutando pra lembrar das kimariji de alguns poemas (sílabas decisivas) e constantemente escutava o áudio dos poemas.

Ter ensinado karuta em Manaus foi fantástico, porque me motivou muito. Depois da experiência eu fiquei ridiculamente animada pra ensinar mais gente, pra jogar karuta no grupo, pra memorizar logo o começo das 100 cartinhas, etc. 

Chegando em São Paulo com minhas cartinhas de treino, consegui convencer meu amado namorado a jogar chirashi comigo. Agora que eu tinha as benditas cartas era possível, afinal. 

Estava extremamente ansiosa pra saber qual seria a primeira carta dele, e, no fim, foi Arashi. Até então eu sabia vagamente da existência dessa carta, mas quando li o significado dela pro meu namorado e vi que ela fazia referência ao rio Tatsuta (o mesmo rio mencionado no poema Chiha) fiquei "Uau, que carta legal!". Isso, somado ao fato de ela ser a primeira carta de alguém que eu amo muito, fez com que Arashi acabasse se tornando uma carta especial pra mim também.

Por esses dias eu estava tão empolgada com karuta que combinei de encontrar com a Tati e com a Samy (a amiga que foi comigo no karuta a primeira vez) para jogarmos antes do horário do encontro seguinte (21/06). Naquele dia eu e a Samy tínhamos prova de kimariji pra fazer (pois é, isso existe!) e estávamos um pouco inseguras, então tudo acabou encaixando muito bem (A Tati nos deu várias dicas. Brigada, Tati!). 

Samy x Tati!

Enfrentamos alguns problemas - tivemos que fazer uma barreira de mochilas e sapatos para que as cartas não passassem por debaixo de um vidro e fossem para uma parte inacessível do lugar & uma infinidade de pessoas ao nosso redor estava ensaiando passos de dança com música alta, tornando difícil de escutar os poemas -, mas no geral foi muito divertido. Foi a primeira (e até agora única) vez que joguei um 1x1 contra a Tati, e achei que foi uma ótima experiência! Minha maior felicidade foi que consegui pegar minha amada Yura (e fui elogiada pela velocidade com que a peguei T_T ♥). 

Nesse dia em questão, o encontro acabou sendo um pouco chato. Logo no começo, quando estávamos treinando pegar cartas de primeira sílaba, a mão do meu oponente bateu com força na minha, e machuquei meu dedo mindinho. Doeu tanto que fiquei com vontade de chorar, e tive que ficar com ele quieto por um tempo. Isso me fez não conseguir terminar o treino de sílaba única, e acabou fazendo com que eu me sentisse meio patética (ainda que não houvesse motivo). 

Meu mindinho inchado e (muito) dolorido

O genpei subsequente foi legal, entretanto. Éramos eu e o Mateus (o menino com quem eu joguei meu primeiro jogo com 50 cartas em jogo e tudo) contra a Samy, o menino que tinha machucado meu dedo e um outro menino. Sentei bem longe do menino que machucou meu dedo - coitado, ele não teve culpa, mas eu tava cabreira - e fiquei de frente pra Samy. Eu e o Mateus acabamos formando uma boa dupla, e, mesmo sendo 2x3, conseguimos ganhar. Foi bem bonitinho porque eu sentia ele me "cobrindo" pelas cartas que eu esquecia, e eu tentei fazer o mesmo por ele. 

Enfim. Meu dedo continuou dolorido por mais umas duas semanas (no encontro seguinte ele ainda estava meio troncho), mas depois melhorou. Yay.

Terminaria o post por aqui, mas acho que vale a pena falar sobre algo extremamente peculiar que aconteceu comigo durante esses três encontros - eu passei bastante tempo em SP e pude participar de três encontros seguidos -: Pela primeira vez na vida, eu pensei que karuta era assustador.

"Karuta é difícil e assustador"

Eu nunca tinha entendido o que o Tsukue-kun queria dizer com essa frase até sentir na pele, e, honestamente, foi muito esquisito (e ruim). Desde que eu comecei a ir no grupo, escutava meus senpais falarem "vê se não desiste, hein?" e nunca entendia. Eu estava completamente apaixonada, como que eu ia desistir? Mas karuta é difícil e assustador, mesmo (comecei a me identificar demais com o Tsukue-kun desde então haha). 

Eis o que houve: No primeiro encontro desses três seguidos, eu joguei um genpei com meus senpais. Isso já tinha acontecido antes, mas dessa vez eu joguei com alguns dos senpais mais antigos do grupo - os quais, observando de longe, eu já sabia que jogavam muito bem. Por causa disso, eu joguei sabendo que, de longe, eu era a pior (*flashbacks do Tsukue-kun no primeiro ano*), e tudo que eu conseguia sentir enquanto jogava era que eu estava prejudicando o time.

Pra piorar tudo, quando Yura foi lida e eu fui pegá-la, eu fiquei com a mão em cima dela (eu ainda não fazia a menor ideia de como varrer cartas na época - que é algo que você faz para tirar a mão e não acontecer que você/seu oponente se machuquem) e minha oponente acabou batendo com força em mim e se machucando. Se eu já estava me sentindo um lixo, me senti umas noventa vezes pior.

Enfim, foi uma desgraça. Eu terminei o jogo extremamente frustrada, culpada e me sentindo um completo peso. Na semana seguinte eu já estava animada de novo e fazendo meu melhor pra deixar o sentimento pra trás, mas aí, justo nesse dia, eu machuquei o mindinho. 

Enfim, acabou sendo um combo de coisas negativas. Na terceira semana (28/06), entretanto, eu fui pro encontro e deu tudo certo - pra ser sincera, eu não lembro absolutamente nada desse encontro, e não há registros que me ajudem a lembrar. Tudo que sei foi que, felizmente, eu voltei pro Rio igualmente animada com karuta!~ ♥

Pronto! Agora é o fim de verdade! Sendo absolutamente sincera, desde esse estranho episódio eu tenho me sentido frustrada aqui e ali com karuta. Isso não diminui meu amor pelo jogo/esporte de maneira nenhuma, mas mostra que mesmo coisas que eu amo de montão podem me frustrar/chatear de vez em quando (Eu realmente sinto que estou entendendo melhor os sentimentos dos personagens de Chihayafuru).

É isso, queridos! Post gigante como o esperado, isso porque eu só falei de três semanas do mês de junho. Em breve tem mais (e se tudo der certo eu consigo encaixar os dois meses em um só post)! Beijo pra vocês!