{♦} Lover Boy

Ya-hello, queridos leitores! Nessa quarentena precisamos procurar algumas felicidades para não pirarmos. Lover Boy, que uma amiga me recomendou no twitter, foi uma dessas alegrias. 

Lover Boy é um manhwa (quadrinho sul-coreano) que conta a história de Eunho, um jovem garoto que é apaixonado por seu vizinho e amigo de infância, Jaeha, desde sempre. 

Com oito anos de diferença entre eles, Jaeha nunca deu importância aos infantis pedidos de casamento de Eunho, por mais que eles fossem sinceros. Agora que Eunho é um adulto como Jaeha, entretanto, talvez haja uma mínima chance dos dois finalmente ficarem juntos.

Este manhwa foi uma surpresa absurdamente positiva para mim. Além de melhorar a minha qualidade de vida na quarentena, ele simplesmente renovou minha esperança em BLs. 

Vejam bem: Eu não sou a maior leitora de BLs do mundo, apesar de gostar muito do gênero. Isso porque sempre me deparo com enredos problemáticos/previsíveis que, no fim, são apenas uma mera desculpa para dois personagens transarem. Lover Boy vai muito além disso, nos mostrando um romance que, além de ter muito sexo, é também muito doce e realista. 

Ao invés de levarmos na cara uma chuva de clichês com os quais estamos acostumados - conflitos causados simplesmente porque ninguém conversa ou personagens que existem simplesmente  para estragar a vida do casal principal - somos presenteados com pessoas que amadurecem ao perceber seus erros, pedem desculpas e tem sua própria vida.

Outro clichê quebrado em Lover Boy é o da presença feminina. Geralmente garotas, quando em mangás Boys Love, são ou inexistentes ou seres absolutamente insuportáveis que só servem para ficar entre nosso casal favorito. Aqui, diferente da norma, temos mulheres maravilhosas que não tem medo de dizer o que pensam - e que, se possível, querem mais é que o casal principal se resolva e seja feliz de uma vez. 

Além de tudo, como mencionei ali em cima, Lover Boy tem muito sexo. Na verdade, se eu tenho alguma coisa a reclamar do manhwa - fora os surtos que o Jaeha me fez passar - é a quantidade de sexo. Não me levem a mal, eu gosto de ler sexo... Mas não é nem de longe a minha prioridade. Em Lover Boy, que tem um enredo maravilhoso, às vezes eu ficava "Pelo amor de deus, parem de transar e conversem!" ou "Parem de transar e me deixem ver o que vai acontecer!". 

Mas como um amigo mesmo comentou comigo, é até mesmo difícil de criticar o excesso de sexo. A arte é linda, e as diferentes posições que a autora desenhou... uau. Claro, também vemos muito carinho, amor, desejo... E kinks, dominação, vibrador, dedo na boca, camisinha e lubrificante. Não tem nada do sexo sem-graça e pouco natural que muitas vezes encontramos por aí.

Eu posso - ou não - ter ficado excitada com algumas cenas. *caham*. Ah, e se eu chorei em algumas cenas de sexo? Talvez. Talvez eu tenha chorado. Porque a verdadeira natureza de Lover Boy não é o sexo maravilhoso, os personagens bem construídos ou a quebra de clichês: É o romance. Amor, na sua forma mais pura, e as diferentes maneiras  com que lidamos com esse sentimento. 

O amor do Eunho, desde a infância, sempre inabalável e sempre acima de todas as coisas... E Jaeha, que sempre recebeu todo esse amor, sem saber exatamente o que fazer com ele - Um homem solitário que passou por muitas coisas, mas que ainda tenta procurar espaço em seu coração para se apaixonar e ser feliz outra vez.

Em suma, Lover Boy é uma leitura magnífica, que te traz diversas emoções e te faz ler por 10 horas sem dormir/chorar com os amigos em áudios do whatsapp/gritar no travesseiro-- Espera. Essa sou eu. Bom, vocês entenderam: O manhwa é uma sólida obra-prima , capaz de cobrir todos os seus (poucos) defeitos ao criar uma conexão profunda com o leitor e te prender completamente na história. Recomendo muito! ♥

Espero que tenham gostado da resenha dessa vez! Escrevi esse post quase chorando porque terminei de ler Lover Boy hoje mesmo e relembrar toda a história ainda me emociona. Ah, por sinal, cheguei até a recomendação da minha amiga quando pedi "por um romance em que uma das partes ama muito a outra, mas a outra meio que não liga (e, de preferência, com diferença de idade)"... Tudo por causa de um doujin Sasunaru que eu fiquei perdidamente apaixonada. As nossas origens nos trazendo coisas maravilhosas...

Enfim! Vocês perceberam que o nome do blog, inicialmente dedicado à minha introversão, nunca fez tão sentido? Better Stay Inside. "Melhor fica dentro (de casa)". Há! Ironias da vida. Fica como recadinho pra vocês também: Fiquem seguros no meio dessa loucura, viu? Um beijão e até a próxima!