terça-feira, 2 de junho de 2020

{♣} Eu Nunca...

Ya-hello! Um dia desses, procurando algo rápido pra assistir com um amigo, decidimos começar Eu Nunca... e acabou sendo uma ideia bem legal. 

Eu Nunca... (ou Never have I ever, no original) é uma das mais novas séries originais da Netflix. Ela nos apresenta a tempestuosa Devi, uma jovem filha de indianos que está em seu segundo ano do ensino médio nos Estados Unidos. 

Como (quase) todas as garotas da sua idade, tudo que Devi quer é ter uma adolescência normal beijando garotos e sendo popular, mas sua imagem pública não está das melhores: Depois da morte de seu pai em um evento da escola, Devi ficou tão traumatizada que perdeu o movimento das pernas por três meses. 

Aparentemente inabalada por toda a situação com seu pai e querendo se livrar da imagem de coitadinha que paira sobre ela, Devi decide, com um senso de humor espetacular, que ela e suas duas melhores amigas precisam conquistar determinados garotos para melhorar seus status na escola. 

O problema é que nenhuma de suas amigas está muito afim de conquistar os garotos que lhes é designado e, até mesmo no caso da própria Devi, tudo que ela quer é dormir com o cara mais gato da escola, Paxton Hall Yoshida. Ademais, talvez todo este impulsivo plano seja apenas o jeito de Devi de tentar apagar da cabeça a tragédia que aconteceu em sua família... 


Não sei direito o que eu esperava de Eu Nunca..., mas a série foi definitivamente foi muito mais engraçada do que eu podia esperar. Estou tão acostumada em ver comédias meio sem graça que fiquei surpresa quando percebi que eu e meu amigo estávamos gargalhando enquanto assistíamos. Ela é 100% aquele tipo de série que você ri alto, fala com os personagens e grita uns "Ah não!" cobrindo o rosto com vergonha alheia. 


E como não fazer tudo isso? A série é extremamente idiota. Ela não se leva a sério - Devi fala coisas como "eu quero transar na posição missionária" e quebra janelas jogando livros nelas -, então você nunca sabe o que esperar. No fim, este acaba sendo o seu diferencial, e o que faz dela tão engraçada.


O fato da protagonista ser filha de imigrantes também é um diferencial, é claro. Eu aprendi muitas coisas que não fazia ideia sobre a cultura indiana, além de entender um pouco mais a sensação de deslocamento que filhos de imigrantes sentem ao tentar conciliar culturas. 

Tudo isso é tratado com muita diversão entre comentários da prima de Devi, Kamala, sobre as diferenças culturais - muitas menções a Riverdale são feitas -  e através da própria Devi e sua mãe, que tem embates constantes. 


Mas Eu Nunca... não é apenas diversão, e isso é tanto um ponto positivo quanto negativo. Quando o tom da série muda para um mais sério ficamos um pouco perdidos: Ela não se leva a sério, então quando esses temas surgem, é meio esquisito, como se eles estivessem fora de lugar. 

O trauma e luto de Devi - que ela não parece nem um pouco determinada a enfrentar - não se enquadram nisso, pois eles estão inseridos desde o começo e sofremos junto com ela... Mas o conflito dela com suas amigas, por exemplo, não me pareceu muito convincente. Eu não sabia se devia levá-lo a sério ou não. 


Outra crítica também é que o final da série me pareceu um pouco corrido. Um casal em questão, que eu estava acompanhando, aparentemente se formou fora das telinhas, e isso me deixou meio fula. Com licença, eu estou extremamente envolvida com este ship, por favor, me deixe assisti-lo.

Ah! E *sim*, a série tem ships para se shippar. Fatalmente eu e meu amigo divergimos sobre com quem achamos que nossa querida Devi deve ficar, mas o meu ship é claramente melhor que o dele. Ou talvez eu só seja uma escrava de enemies to lovers (de inimigos para amantes) mesmo. 

Devi Ben (o amor da minha vida com quem me identifico tanto que chega a doer)

E é isso! Eu recomendo fortemente Eu Nunca... para todas as pessoas que estiverem afim de ver algo curtinho e diferente do que estão acostumados. É algo ótimo para rir nesse período estranho que estamos vivendo e ele toca em uns temas super legais de família, cultura, sexualidade e outras coisas mais. Viva a representatividade! ♥

2 comentários:

  1. Boa noite genia criativa!Vamos passar a acompanhar melhor suas publicações..muito criativas, impactantes, objetiva, direta e inovadora. Isso sim é empreender em interpretação, contextualização e uma pitada de algo diferente...singular...pessoa! Adorei!

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