terça-feira, 2 de abril de 2019

{Movie Time!} Call me by your name

Eu provavelmente estou um pouco atrasada pra falar deste filme, mas imagino que, como eu, tenham algumas pessoas que ainda não tenham descoberto a maravilha que é Call me by your name (Me chame pelo seu nome), então vou lhes fazer um favor e falar sobre a obra de arte que vocês estão perdendo.

Call me by your name é a história de amor entre Elio, um jovem de dezessete anos que está descobrindo cada vez mais sobre si mesmo, e Oliver, o homem contratado como assistente do pai de Elio. Convivendo na mesma casa no curto espaço de tempo em que Oliver está contratado, os dois acabam se apaixonando um pelo outro. 

O filme, baseado no livro homônimo de André Aciman, ganhou o Oscar de melhor roteiro adaptado, e é, sem dúvidas uma verdadeira obra de arte. As atuações de Elio (Timothée Chalamet) e Oliver (Armie Hammer) são de tirar o fôlego. Elio, principalmente: Temos diversas cenas em que vemos apenas o rosto dele, ou uma simples ação, e apenas através disso sabemos o que ele está sentindo. 

Na verdade, saber o que os personagens estão sentindo - através de pequenos atos, movimentos e ações - é algo que vemos ao longo do filme inteiro, com todos os personagens. Não importa se é um olhar, um jogar de água, uma batida de porta, uma olhada no relógio: O filme conversa com você através de imagens. A atuação, a cinegrafia, tudo é incrível. Enquanto eu assistia, eu pensava "Meu deus, eu acho que este é o melhor filme que eu assisto em muito tempo". 


Essa incrível sensação persiste até agora, 9:24 da manhã, enquanto escrevo este texto, depois de uma madrugada em claro. Terminei de assistir o filme faz menos de uma hora, mas só consegui parar de chorar ainda agora. Call me by your name traz um relacionamento tão, tão realista, ele joga tanto os sentimentos na sua cara, que é impossível não cair no choro. 


Eu voltava cenas várias e várias vezes: Devo ter demorado muito mais horas que o necessário para assistir o filme inteiro. Mas a delicadeza com que o relacionamento de Elio e Oliver é tratado, a ânsia que temos de eles finalmente ficarem juntos, a tensão sexual entre os dois, o sentimento descarado que os dois sentem um pelo outro, apesar de tentarem esconder... Tudo te dá vontade de assistir mais, mais, mais e mais. 


Talvez seja um erro tentar fazer uma resenha logo depois de terminar de ver o filme, mas eu não queria esperar esse sentimento passar. Havia muito tempo que eu não entrava dessa maneira numa história, que sentia dessa maneira ao assistir algo ficcional. Havia muito tempo que eu não assistia um romance tão maravilhoso, tão bem construído, tão incrivelmente real - com suas dores, alegrias, tudo. 


Os diálogos que Elio tem com outros personagens - em especial com seu pai, ao final do filme - são simplesmente maravilhosos. Absolutamente cheios de significado. Elio entende, assim como nós entendemos. Em Call me by your name, de fato, o espectador é Elio. Não há dúvidas disso. Sentir os sentimentos como ele sente, entender suas frustrações, sua ansiedade, seu desejo: O filme permite tudo isso. 


Não há como escrever Call me by your name com algo que não seja obra de arte. Devo ter repetido essas palavras pelo menos três vezes durante essa resenha, mas não consigo achar algo para melhor descrever o filme. Poucas são as obras que te fazem sentir como Call me by your name te faz sentir, poucas são as obras com atores tão bons, com direção tão incrível, com cinegrafia tão bela. 


Fiz minha lista de Os melhores filmes LGBTQ+ que assisti na vida antes de ver Call me by your name, mas é óbvio que ele estaria lá. Marcante e maravilhoso, é um filme que definitivamente vai continuar comigo, ainda que eu tenha chegado ao seu fim. E tudo que eu posso dizer é que eu quero que você passe por essa experiência, que Call me by your name fique com você também.

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